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O projeto foi desenvolvido a partir da premissa de traduzir a identidade da marca em experiência espacial. A experiência se divide em três momentos: o programa administrativo, financeiro, estoque  e o espaço expositivo. Para além do conceito, o espaço ainda deveria atender uma demanda bastante pragmática: ser capaz de abrigar — em tempos distintos — quatro tipos de programa: loja, showroom, estoque e sala de jantar. A diversidade de usos exigiu pensarmos elementos como dispositivos que possibilitam a expansão e contração do espaço. Uma bancada móvel que se encaixa ao mobiliário em marcenaria, araras que sobem e descem conforme sua necessidade, de tal forma que vários cenários se materializam em um mesmo ambiente. 

As araras deveriam trazer sutileza e dinâmica ao espaço, e para tanto, as peças em aço escovado foram curvadas, configurando elementos de maior organicidade e dando movimento às peças de roupa exibidas. Com o objetivo de reduzir custos — mas ainda assim poder trabalhar com materiais de maior custo — foram utilizadas pedras descartadas por uma marmoraria local para compor o embasamento, puxadores das araras e superfície de apoio para uma bancada móvel. 

Os blocos maiores de arenito amarelo foram perfurados para que os apoios verticais das araras fossem encaixados e fixados - de tal maneira que o peso do bloco funciona como embasamento e ancoragem. Blocos menores foram esculpidos, lixados e perfurados, servindo como puxadores das araras móveis. A chapa de mármore utilizada era totalmente irregular e por isso foi recortada dentro do perímetro intacto da peça, e depois fixada sobre a estrutura da bancada móvel da loja. 


Loja Carol Arbex

O projeto da loja Carol Arbex possibilitou uma liberdade atípica de experimentação com resíduos de produção devido à demanda da cliente pelo uso de materiais mais requintados — porém com recursos financeiros limitados — e um espaço de intervenção bastante reduzido; cerca de 17m2.
Buscamos utilizar materiais descartados por uma marmoraria local: blocos de diversos tamanhos de arenito amarelo e uma chapa de mármore crema marfim.
Os blocos maiores de arenito amarelo foram perfurados com profundidade suficiente para que os apoios verticais das araras (perfil cilíndrico Ø38mm) fossem encaixados e fixados – de tal forma que o peso do bloco funciona como embasamento e ancoragem.
Blocos menores foram esculpidos, lixados e perfurados, servindo como puxadores das araras móveis — cujo sistema funciona com roldanas fixas e contrapeso. A chapa de mármore crema marfil utilizada era totalmente irregular e por isso foi recortada dentro do perímetro intacto da peça e depois fixada sobre a estrutura da bancada móvel da loja.
Durante o processo de projeto e execução compreendemos que a cadeia de produção e descarte das marmorarias — cuja reciclagem de resíduos só é possível para determinados tipos de pedra e sob processos de intensa maquinofatura — apresenta outras maneiras de reaproveitamento na arquitetura, com escalas e usos diversos a partir de pequenas manufaturas, tecnicamente mais acessíveis.

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The Carol Arbex store project allowed for an unusual freedom of experimentation with production waste due to the client's demand for the use of more refined materials—albeit with limited financial resources—and a very small intervention space; about 17m2.

We sought to use materials discarded by a local marble shop: blocks of various sizes of yellow sandstone and a slab of crema marfil marble.

The larger blocks of yellow sandstone were drilled with sufficient depth so that the vertical supports of the racks (cylindrical profile Ø38mm) could be fitted and fixed—such that the weight of the block serves as a base and anchorage.

Smaller blocks were sculpted, sanded, and drilled, serving as handles for the mobile racks—whose system operates with fixed pulleys and counterweights. The crema marfil marble slab used was completely irregular and therefore was cut within the intact perimeter of the piece and then fixed onto the structure of the store's mobile counter.

During the design and execution process, we understood that the production and disposal chain of marble shops—whose waste recycling is only possible for certain types of stone and under processes of intense machining—presents other ways of reuse in architecture, with various scales and uses from small-scale manufacturing, technically more accessible.

Marble shop waste

Resíduos de Marmoaria

O projeto da loja Carol Arbex possibilitou uma liberdade atípica de experimentação com resíduos de produção devido à demanda da cliente pelo uso de materiais mais requintados — porém com recursos financeiros limitados — e um espaço de intervenção bastante reduzido; cerca de 17m2.

Buscamos utilizar materiais descartados por uma marmoraria local: blocos de diversos tamanhos de arenito amarelo e uma chapa de mármore crema marfim.

Os blocos maiores de arenito amarelo foram perfurados com profundidade suficiente para que os apoios verticais das araras (perfil cilíndrico Ø38mm) fossem encaixados e fixados – de tal forma que o peso do bloco funciona como embasamento e ancoragem. 

Blocos menores foram esculpidos, lixados e perfurados, servindo como puxadores das araras móveis — cujo sistema funciona com roldanas fixas e contrapeso. A chapa de mármore crema marfil utilizada era totalmente irregular e por isso foi recortada dentro do perímetro intacto da peça e depois fixada sobre a estrutura da bancada móvel da loja.

Durante o processo de projeto e execução compreendemos que a cadeia de produção e descarte das marmorarias — cuja reciclagem de resíduos só é possível para determinados tipos de pedra e sob processos de intensa maquinofatura — apresenta outras maneiras de reaproveitamento na arquitetura, com escalas e usos diversos a partir de pequenas manufaturas, tecnicamente mais acessíveis. 



RESÍDUOS DE MARMOARIA